terça-feira, 16 de setembro de 2008

METÁFORA III

Em defesa da metáfora retorno com esta terceira postagem. Ela não pode ser confundida com o símile ou com a comparação. Estes são formadores de imagem semelhantes, nos quais aparecem os dois termos: comparante e comparado. Exceto pela supressão da conjunção comparativa, qual a diferença semântica (o que interessa) entre "O mar é - lago sereno" de "O mar é como lago sereno"? Agora, "No meio do caminho tinha uma pedra". Drummond não compara: "um obstáculo é como uma pedra". Tampouco assemelha: "um obstáculo é pedra". O termo "pedra" funde todas as similitudes apenas insinuadas pelo poeta - metaforicamente. A propósito, essa metáfora se associa a outra, que a antecede: "no meio do caminho". A poesia moderna é rica nesse aspecto. Os melhores exemplos são João Cabral de Melo Neto e Carlos Nejar.

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