quinta-feira, 11 de setembro de 2008

METÁFORA II

Ontem interrompi a postagem sobre a metáfora, depois de ter citado algumas definições dessa figura que já foi chamada de "a rainha das imagens". Pelo que foi transcrito, fica claro que o processo metafórico se distingue da simples comparação ou do símile. Nestes há uma díade (A e B, que são identificados objetiva e diacronicamente). Na metáfora pura, há uma sobreposição dos termos (A/B, que se fundem subjetiva e sincronicamente).
José de Nicola, em seu Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa, expõe a gradação que ocorre da comparação à metáfora.
"No exemplo:
Sua boca é como um pássaro vermelho.
temos uma comparação tornada evidente pelo emprego da palavra como.
Já no exemplo:
Sua boca é um pássaro vermelho.
temos não mais uma comparação, e sim um símile, isto é, qualidade do que é semelhante. Finalmente, em:
O pássaro vermelho tocou-me os lábios.
temos a substituição da palavra boca pela palavra pássaro. Esta substituição é a verdadeira metáfora. É comum, no entanto, considerar-se o símile como metáfora."
Nicola se dirige didaticamente a alunos do Ensino Médio, diga-se de passagem.

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