terça-feira, 13 de maio de 2008

CONTRA AS COTAS

Por alguns anos, morei numa vila (conjunto de casas). Todos pertencíamos a uma mesma classe social, com uma renda mais ou menos equivalente. Apenas como ilustração, descrevo o modus vivendi dos meus vizinhos mais próximos. Na casa à direita, a família era perdulária: festa, carro zero, viagem etc. Na casa à esquerda, a família era segura: festejavam pouco, viajavam apenas nas férias etc. As crianças da direita estudavam num colégio público do bairro. As crianças da esquerda, num colégio particular no centro da cidade. Gastos diferentes, condições diferentes. A educação diferenciada, depois de dez anos, verificou-se no vestibular: os jovens da direita não eram aprovados para as melhores universidades, para os melhores cursos; os jovens da esquerda, em contrapartida, passavam na Universidade Federal para Medicina, Odontologia, Engenharia... Para os primeiros, não havia outra alternativa se não pagar uma universidade particular, estudar a distância ou vagabundear. Não poderia ser diferente. E não é que passou a ser diferente, com uma lei de cotas para alunos do ensino público!

Um comentário:

Ivan Zolin disse...

Froilam!

Você não pode tomar um caso particular e tornar universal.
Mesmo esses jovens que não ingresaram na universidade, não são discriminados pela cor da pele. O fato de cursar escola pública também não é motivo de discriminação.
A sociedade (o bem comum)detentora das instituições públicas, valoriza e direciona as suas ações para a maioria da população, visão restabelecer as desigualdades.
É uma injustiça tratar os desiguais de forma igual. Democracia é dar condições iguais na partida (na educação, na saúde).
Ao valorizar aspectos sociais não esta eliminando a meritocracia, até porque há exigências mínimas. As experiências mostram que as condições de ingresso não determinam o profissional.

Zolin