quinta-feira, 29 de novembro de 2007

POEMA A DUAS MÃOS

Quando tu me amas
Sentidos ganham sons.
Entregue a ti
Despeço-me de mim
Para dançar
A valsa das horas
Em teu corpo...
Nossas almas unidas

Em sombras
Visitam a aleluia celeste
Transluminada de estrelas...
Já não temos sexos
Nem idades
Não conhecemos os dias
Nem as horas,
E o poema surge
A duas mãos
Escrito na carne
Sem nenhuma palavra.

OOO
Desafio aos blogueiros: quem escreveu o poema acima? Uma dica apenas: constitui uma das mais belas promessas na poesia produzida em Santiago. Sem exagero. Veja a beleza e profundidade destes excertos:
ooo
...
devolve na cruz
ao vate
a voz
santa vigília
na noite
da criação
depois do cansaço
eleva teus braços
em rendição
abre tuas palmas
e bebe no
cálice
o orvalho copioso
de tua paixão!

...


lábios que tocaram
o elo de um
pacto sagrado...

ooo
lembrei de
outros tempos
em que via
beleza poética
até nos naufrágios...

ooo
agora, o espanto...
na cólera violenta
das ondas
quando rebentam
nas pedras!

oooo
Poesia tem que ser assim: com metáforas, metáforas e metáforas.

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