Para mim, a política verdadeira é a que se faz no Brasil, da escolha do síndico para um condomínio à presidência da república. Não conheço outra e tampouco posso idealizar uma forma diferente. No âmbito idealizado, tudo funciona perfeitamente. Na prática, reduz-se a esse imbróglio, a essa degeneração do caráter, a essa contradição discursiva, a essa cabriolagem desavergonhada, a essa ineficiência administrativa... Sim, não nos iludamos! Política é isso tudo. Faço parte de uma minoria (zero vírgula um por cento), que apresenta tal posicionamento crítico. Infelizmente, a maioria dos brasileiros acredita que os políticos são indispensáveis, que são importantes, que mudarão o que há de errado no município, no Estado, no país, no mundo. Em véspera de eleições (e como há eleições no Brasil!), o ambiente fica insuportável para a minoria a que pertenço. Não há como me isolar. Os amigos mais chegados (inclusive os blogueiros) acabam se envolvendo politicamente. Eles me dividem: ao mesmo tempo que alimento uma esperançazinha na sua juventude, uma vez que não foram corrompidos, vejo com pessimismo o ingresso deles nesse mundo sórdido da política. Tenho comentado esse assunto com a Vivian. Imagino todos os meus amigos se dedicando a uma ciência, a uma arte. O pensamento de Nietzsche (da postagem abaixo) é uma verdade que assimilei desde os anos oitenta.
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