sexta-feira, 14 de setembro de 2007

OMEDODEMO

o demo
do medo

a carne
que perde
o sossego

a alma
qu'engessa
no credo

o selo
da vida
(que tarda)

a tarde
qu'encerra
(mais cedo)

a sombra
que medra
no avesso

omedo
demo


(O dístico imediatamente acima é um palíndromo, isto é, pode ser lido de trás para frente que dá no mesmo. Tal já ocorre no título. Mas não é esse detalhe lexical o que mais importa no poema, tampouco a sua fonética, mas o seu significado. O medo do demo é o demo do medo. O demo do medo é o medo, não o demo, que é in-demo-nstrável. Do livro Ponteiros de palavra.)

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