sexta-feira, 7 de setembro de 2007

ENTRE O IDEAL E A REALIDADE

Os homens dizem que são pacifistas, contrários à guerra, mas continuam nacionalistas (Hitler insuflava o sentimento patriótico nos alemães).
Os homens dizem que são religiosos, crentes nesse ou naquele deus, mas continuam pecadores (segundo as leis de sua própria religião). Adoram uma divindade, idealisticamente, e desejam a riqueza, relisticamente. Doutrinas modernas tentam justificar uma ponte sobre esse abismo: o progresso material como recompensa divina. Na mesma linha, acreditam na vida após a morte, mas continuam agarrados a esta vida como desesperados necrófobos. Dizem que são espirituais, mas continuam materialistas ao extremo.
Os homens dizem que são altruístas (como ensinava o filho do deus em que acreditam), mas continuam egoístas até a memória das células que o compõem organicamente.
Os homens dizem que são honestos, mas continuam corruptores e corruptíveis (na política, principalmente).
Os homens dizem que são ecologistas (porque separam o lixo em suas casas), mas continuam poluindo o meio ambiente de uma forma devastadora.
Os homens dizem que têm consciência, que sabem isso ou aquilo, mas continuam dominados pelos instintos, pelo inconsciente.
A relação de dicotomias é extensíssima.
O que dizem que são é o IDEAL. O que continuam sendo, a REALIDADE.

Nenhum filósofo me ensinou isso, mas a observação e o conhecimento próprios.

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