quinta-feira, 26 de julho de 2007

ESCÓLIO

Certo dia, pensando na definição de tempo em Platão*, escrevi este verso decassílabo:
O tempo arrasta mil vagões por hora.
A relação com uma das melhores alegorias acerca da vida me ocorreu de forma imediata, num insight. O tempo e a vida identificam-se na imagem do trem. O tempo é a locomotiva e os vagões. A vida, os passageiros. Essa imagem resolve filosoficamente a questão dicotômica de se saber quem ou o que passa: nós ou o tempo. Gostei muito do verso acima. Mais tarde, resolvi escrever o restante do soneto, isto é, os outros treze versos. Destes, apenas um outro quase alcançou o nível de acabamento formal e conteudístico do primeiro: o último. Assim, tenho reescrito Inviso trem há doze anos.

* O tempo é a imagem móvel da eternidade.

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